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Review – Viewfinder

Dificilmente se encontra um entretenimento tão perspicaz quanto a Sintonia dos Olhares. No decorrer dessa experiência breve, mas envolvente, mergulhei em um universo de imagens múltiplas, transcendendo rumo a um reino etéreo, onde a percepção se metamorfoseia incessantemente através de diversas esferas artísticas. É um elemento primordial de sua estrutura, desafiando constantemente o jogador com enigmas alucinantes, que parecem envolvê-lo em uma realidade amalgamada entre Escher e The Matrix. Há tempos que não me deparo com um enigma individual tão impactante, e isso é amplamente atribuído à sagacidade meticulosa imbuída em cada desafio enfrentado.

Desenvolvedor: Sad Owl Studios
Distribuidora: Thunderful Publishing
Plataformas: PlayStation 5, Microsoft Windows
Data de lançamento: 18 de julho de 2023
Valor: R$ 73,99 (PC Steam)

A visão percebe o viajante transitando entre diferentes dimensões. Por vezes, pode-se demandar a localização de algumas fontes de energia para ativar um portal; o som serve como gatilho para um percurso de conduto elétrico; ou posiciona-se sobre plataformas para transferir o portal a outro mundo.

Nos estágios iniciais, são encontradas representações visuais, sejam fotografias ou pinturas, para serem incorporadas ao ambiente, possibilitando a imersão e o aproveitamento dos elementos presentes, como paredes e tetos, convertidos em pontes para o portal final. Esses primeiros desafios são de natureza relativamente simplificada, contudo, apresentam uma noção fundamental do funcionamento das mecânicas envolvidas.

Após compreender o funcionamento do Visionário, ele opta por elevar o nível e concede-lhe uma câmera para capturar imagens do mundo, possibilitando a utilização das mesmas para encontrar o caminho em direção ao objetivo. Em algumas ocasiões, poderá ser necessário mais de uma fonte de energia para alimentar um painel, mas ao fotografar uma bateria ou utilizar uma fotocopiadora próxima, terá acesso a uma segunda, o que permitirá resolver o enigma. As situações se tornam ainda mais surreais quando partes do ambiente desvanecem após a captura de uma imagem, ou os negativos coletados passam a interagir com o ambiente de maneira intrigante.

À medida que a experiência avança, a complexidade se intensifica, com alguns níveis estimulando sua própria inventividade além dos limites conhecidos. A pluralidade de soluções possíveis sempre me encantou no Escrutinador. Ele celebra a arte em todas as suas formas e, ao mesmo tempo, encoraja você a experimentar e traçar seu próprio caminho dentro do jogo.

A harmoniosa fusão de estilos artísticos permite que você transite entre pinturas aquareladas, esboços ricamente sombreados, desenhos infantis e até mesmo animações, deixando-o fascinado ao questionar como tal maravilha se tornou possível. Nutre-se de criatividade, tanto nos intrincados quebra-cabeças projetados como na estética mutante do mundo em constante metamorfose.

Jamais me senti sobrecarregado pelo desafio, evocando reminiscências de Portal ao introduzir novas mecânicas, mas reservando o desafio derradeiro do enigma final, sem revelar detalhes, exigindo velocidade e inventividade, compelindo-o a empregar tudo que aprendeu até então. Esta fase representa o ápice do Escrutinador, entretanto, seu êxito é certo se você souber aplicar todos os conhecimentos acumulados. Espalhados ao longo dos níveis, encontram-se telefones onde uma figura chamada Jessie entra em contato com você, proporcionando contextos para a narrativa.

Entre os personagens que encontrarás, haverá um enigmático felino digital denominado Cait, que, aos poucos, te presenteará com fragmentos da trama, até que finalmente percebas o contexto da história. Além disso, os gramofones disseminam arquivos de áudio de diversas figuras que desempenham papéis relevantes na narrativa.

O Vislumbrador também esconde itens colecionáveis pelos cenários, incluindo quebra-cabeças facultativos, cuja conclusão não se faz obrigatória para avançar entre as áreas centrais, porém, proporcionam prolongamento à experiência de jogo. Ao completar todos os enigmas indispensáveis, te dirigirás a um teleférico que te transportará para o próximo ponto central, o que possibilita uma cadência agradável entre os diferentes mundos e uma breve pausa antes de desafiar novamente o seu intelecto.

O Vislumbrador me surpreendeu, especialmente ao amalgamar uma vastidão de expressões artísticas aos seus quebra-cabeças. São incessantemente apresentadas novas mecânicas e ideias, sem sobrecarregar o jogador. A ambientação é estonteante, com momentos lúdicos e secretos que intensificam o encanto da jogabilidade.

Certamente, encontrarás desafios, especialmente ao se aproximar do desfecho, porém, a recompensa vale a pena se estiveres à procura de algo audaz, que ultrapasse os limites do gênero de quebra-cabeça para jogador individual. A história pode demandar atenção para ser compreendida em sua totalidade, mas o universo está repleto de maravilhas a serem descobertas.

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Apaixonado por games desde sempre, tive o prazer de acompanhar grande parte da evolução e decadência do mundo dos games. RPG, Ação, Aventura, FPS, etc etc etc jogo quase tudo.

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