A experiência interativa para múltiplas plataformas nem sempre é perfeita. Ao mergulhar em um universo virtual móvel, você se vê imerso numa corrida contra o tempo. Sobram 10 minutos antes de uma reunião? Ótimo, vamos dedicar um tempinho ao jogo. Desenvolvido pela equipe talentosa da Ginolabo, Soulvars enfatiza a noção do tempo por meio de uma mecânica ágil. Entretanto, ao transportar essa experiência para outras plataformas, as expectativas se transformam. A velocidade e a essência desse jogo exclusivo para dispositivos móveis se ajustam bem nessa adaptação, mas alguns elementos simplificados perdem o brilho.
Desenvolvedor: ginolabo, SUCCESS Corp.
Distribuidora: SHUEISHA GAMES
Plataformas: Nintendo Switch, PlayStation 5, Android, Microsoft Windows, iOS, Linux, Xbox Series X and Series S, Xbox One
Data de lançamento: 18 de junho de 2023
Valor: R$ 59,99 (PC Steam)
Ao começar a aventura em Soulvars, você mergulha num universo onde não se tem noção do protagonista ou dos objetivos. Inicialmente, enfrenta as batalhas do tutorial, que ensinam os conceitos básicos do jogo, mas logo em seguida, fica por conta própria. Ao longo do caminho, descobre mais sobre sua missão e os personagens que o acompanham, contudo, durante todo o meu tempo de jogo, os detalhes sobre quem eram essas pessoas e o que representavam permaneceram um mistério. O que eu sabia era que eu estava enfrentando qualquer um que atravessasse meu caminho.
De fato, o jogador assume o papel de um Soulbearer, seres humanos com almas alternativas, que lutam contra os invasores Dominadores. Encarnando Yakumo, um membro da Dominator Disposal Organization, a missão é limpar a cidade de todas as ameaças, com a ajuda de alguns aliados. Sinceramente, a apresentação dos personagens deixa a desejar, não permitindo criar um laço emocional com a narrativa e, quando os membros do grupo se separavam, a indiferença reinava, seguindo em frente sem olhar para trás. Há tentativas de introduzir um antagonista na história, mas suas origens e ligações com os demais personagens permanecem um mistério absoluto.
Curiosamente, há uma enciclopédia disponível que contém informações cruciais sobre o mundo do jogo e os termos utilizados. Se realmente quiser entender o enredo, sugiro consultar essa fonte. Ainda assim, seria benéfico que aproveitassem essa oportunidade para melhorar a trama em geral, especialmente considerando o potencial dos carismáticos personagens.
Além desse aspecto, o jogo se destaca por sua ênfase na velocidade, onde o jogador é constantemente cronometrado desde o início. O tempo decorrido é contabilizado desde a primeira missão, e cada ação realizada, seja escapando de uma masmorra ou descansando, contribui para o aumento desse contador. Confesso que não me preocupei muito com isso, concentrando-me em concluir os níveis o mais rápido possível.
Há um mapa geral com todos os locais disponíveis para visitar. As masmorras são constituídas por quadrados, permitindo deslocamentos ágeis, mas podem se tornar labirínticas, tornando essencial a compreensão de seu layout. Entretanto, descobri que, com pouco esforço, sempre alcançava meu destino. Embora haja alguns elementos intrigantes nas masmorras, como interruptores e objetos interativos, a exploração acaba não sendo tão desafiadora.
Durante a exploração, o combate é inevitável, o que resulta em encontros baseados em turnos. As ações exigem pontos de ação (AP) para utilizar cartas. Mesmo após o tutorial, é difícil entender o funcionamento completo. Sugiro investir tempo compreendendo os ícones nas cartas, porém, é possível aprender à medida que se experimenta novas abordagens.
Gradualmente, me apaixonei pelas sutilezas do sistema de combate, aprendendo a montar decks de forma eficaz, criar combos e aproveitar ao máximo o equipamento disponível. Isso inclui a possibilidade de transformar os personagens em suas almas, desencadeando ataques poderosos. Essa forma de combate também proporciona o benefício adicional da cura após a transformação, tornando-a uma estratégia valiosa.
À medida que as cartas são usadas, você precisa sofrer danos para redesenhar o baralho de descarte. É um sistema interessante que exige reflexão sobre suas escolhas e ações. Os combos são formados ao combinar duas cartas, o que confere habilidades únicas a cada personagem. Essa é provavelmente a única maneira de causar danos significativos aos chefes, mas requer a combinação correta de cartas e a disponibilidade de AP para usar várias delas.
O foco em velocidade é inegável neste jogo, mas é possível diminuir o ritmo para visitar lojas e comprar itens. Além disso, o jogo oferece um bom nível de personalização de equipamentos para cada personagem, permitindo adicionar modificações às armas para aprimorar suas capacidades de ataque. É possível conversar com os habitantes da cidade, embora a maioria deles não tenha nada de essencial a dizer. No entanto, é necessário interagir com eles, pois alguns podem oferecer missões secundárias, bem organizadas no menu para facilitar a localização.
Os gráficos e a apresentação de Soulvars são agradáveis. A estilização pixelada dos personagens e a escolha de cores preto e roxo para as animações de ataque conferem uma estética neon interessante. A trilha sonora também é cativante, com cada faixa envolvendo enquanto o jogador explora diferentes áreas temáticas. O jogo em si pode ser relativamente longo, com uma duração de cerca de 8 a 10 horas, o que envolve muitos encontros repetitivos com inimigos e mecânicas de jogo. Portanto, é recomendável jogar em sessões menores, a menos que você esteja aprimorando suas habilidades em jogar rapidamente.
Soulvars é um jogo rápido e viciante, mas a natureza repetitiva da jogabilidade e a falta de informações nos tutoriais tornam a experiência menos cativante do que poderia ser. Ele possui estilo e energia suficientes para prender a atenção por alguns momentos, mas perde o fôlego quando a escrita dos personagens e a construção do mundo ficam em segundo plano em relação a uma enciclopédia opcional. Ainda assim, o jogo entrega exatamente o que promete em termos de velocidade
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