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Review – Breu: Ataque das Sombras

Não é novidade que os jogos independentes brasileiros estão ganhando visibilidade, prova disso é o atual evento que está acontecendo enquanto escrevo essa análise, Made in Brazil um evento na steam focado em jogos de desenvolvedoras brasileiras. É muito gratificante ver o cenário brasileiro de desenvolvimento de jogos crescendo em ritmo tão acelerado.

Jogos independentes geralmente têm o privilégio de tentar algo diferente, sejam mecânicas, design etc. Alguns focam em um público muito específico, e é aqui que Breu se destaca como um jogo independente promissor.

Desenvolvedor: Team Zeroth
Distribuidora: Team Zeroth
Plataformas: Microsoft Windows
Data de lançamento: 27 de janeiro de 2023
Valor: R$ 29,99 (PC Steam)

Breu: Ataque das Sombras é o segundo jogo da série, jogo que foi feito pensando em pessoas com deficiência visual que contou com a parceria do Itaú Cultural por meio do projeto Rumos Itaú Cultural. Pensando em todo o contexto de criação de Breu, vamos jogar da forma correta, apaguei as luzes, fechei as cortinas para criar um ambiente mais próximo possível de um escuro absoluto, coloquei meus fones, fechei os olhos e comecei a jogar. Mas será que a experiência foi satisfatória?

Primeiramente, é importante abordar o enredo de Breu: Ataque das Sombras, sem dar muitos spoilers sobre a história. Neste jogo, assumimos o papel de Marco, um jovem cego habilidoso que decide procurar por seu avô Jorge após vários dias sem notícias. Ao descobrir que o chapéu de seu avô foi encontrado, Marco inicia sua jornada em busca de mais informações. Após conversar com Mário, ele descobre que precisa se aventurar em direção à floresta.

A experiência de jogar pode ser muito mais do que apenas apertar botões e avançar nos níveis. Quando se trata de jogos narrativos, a história e a forma como ela é contada são fundamentais para a imersão do jogador. Em Breu, isso é especialmente verdadeiro.

A narração é excepcionalmente imersiva e agradável. O jogo conta com dublagens regionais bem fortes, o que pode ser um pouco incomodo para alguns jogadores, mas para outros, como eu, só aumenta a sensação de estar jogando em um mundo verdadeiramente único e autêntico.

Para aqueles que preferem jogos com dublagens mais tradicionais, pode ser um pouco difícil se acostumar com as vozes e sotaques específicos de cada personagem. No entanto, para aqueles que apreciam a diversidade e a riqueza cultural, as dublagens em Breu são um ponto forte e uma característica única que torna a experiência de jogar ainda mais cativante.

Embora Breu: Ataque das Sombras seja um jogo no geral simples, os controles me confundiram um pouco no começo, mas foi algo muito rápido, após algumas tentativas entendi como os controles funcionam. O fato de selecionarmos as opções com as setas e precisar confirmar com enter não ficou muito claro para mim.

Um dos pontos mais emocionantes e desafiadores do jogo são as perseguições. Quando um inimigo aparece, a musica faz a tensão aumentar e a adrenalina começa a correr solta. Embora seja relativamente fácil escapar, é importante destacar que se lembrar do seu caminho após a perseguição pode ser um pouco complicado.

Embora seja possível jogar Breu: Ataque das Sombras mapeando o caminho, essa abordagem acaba quebrando completamente a imersão na experiência do personagem Marco, que é cego. Afinal, a graça do jogo está em viver minimamente as dificuldades de uma pessoa que não enxerga, e a falta de visão é um elemento fundamental da história e do gameplay.

Por isso, é importante resistir à tentação de “trapacear” e experimentar o jogo da forma como ele foi concebido, sem a ajuda de mapas ou outras ferramentas que possam facilitar demais a jogabilidade. Dessa forma, é possível mergulhar de cabeça na aventura e sentir na pele as mesmas emoções e dificuldades que o personagem Marco enfrenta ao longo do jogo.

Dentre todos os personagens de Breu: Ataque das Sombras, um em particular chamou muito a minha atenção: Clóvis. Ele é uma mistura intrigante de características, que se assemelha a uma interpretação do Coringa do filme Batman, porém, a versão baiana do vilão.

Não posso deixar de falar da experiência de áudio excepcional. Não só a dublagem dos personagens é de alta qualidade, mas os efeitos sonoros também são impressionantes, trazendo uma imersão incrivelmente agradável e muitas vezes assustadora. Os sons do ambiente são cuidadosamente trabalhados para criar uma sensação de profundidade e realismo, e cada elemento sonoro ajuda a contar a história de forma sutil e eficaz.

Breu é um exemplo notável de como jogos independentes podem se destacar por suas ideias e abordagens inovadoras. Com uma das melhores narrações que já vi em um jogo independente. A atmosfera sombria e misteriosa do jogo é acentuada pela dublagem regional, criando uma atmosfera única, jogabilidade acessível e enredo intrigante, Breu certamente merece um lugar na biblioteca de qualquer fã de jogos de narrativa.

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Apaixonado por games desde sempre, tive o prazer de acompanhar grande parte da evolução e decadência do mundo dos games. RPG, Ação, Aventura, FPS, etc etc etc jogo quase tudo.

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