Em um mercado inundado por jogos genéricos baseados em animes, Sand Land se destaca como uma verdadeira pérola ou apenas mais um título para lucrar alguns trocados dos fãs? Nesta análise minuciosa, vamos explorar cada detalhe deste jogo para descobrir se esta obra do famoso Akira Toriyama (1955-2024) é tão boa quanto seus demais trabalhos na indústria dos games.
Em Sand Land o mundo está sendo assolado por uma escassez extrema de água, em meio a esse cenário desértico, assumimos o controle do protagonista Beelzebub, o príncipe dos demônios, seu braço direito o demônio Thief e pelo humano xerife Rao. A jornada se inicia quando Rao solicita a ajuda de Beelzebub para encontrar um lendário oásis, dando início a uma aventura repleta de desafios e confrontos contra o exército, que inicialmente se apresenta como o principal antagonista. Sem spoilers, mas esse é apenas o começo de uma trama cativante.
A narrativa de Sand Land é um dos seus pontos mais fortes, apresentando um ritmo envolvente e reviravoltas típicas de animes, todo o tempo que passei em Sand Land estive ansioso para descobrir o desenrolar da história, chegando um ponto que foquei só na história principal, tal era a minha ansiedade de descobrir o que iria acontecer a seguir.
Surpreendentemente, o visual do jogo é deslumbrante, mesmo com a premissa de um cenário desértico. A exploração do deserto se torna uma experiência tranquila, com pontos de viagem rápida e veículos que dinamizam o deslocamento, tornando a exploração menos tediosa ao longo do tempo, reparem que eu disse menos e não que elas não eram tediosas, pode parecer contraditório mas irei explicar.
Explorar o mundo de Sand Land atrás de missões secundárias, caçadas e baús é uma tarefa tranquila para jogadores que curtem esse tipo de atividade, eu perdi horas explorando cada cantinho sem missão, só queria ir lá ver o que tinha, porém, para jogadores que não curtem esse tipo de atividade, as missões secundárias e até as principais podem ser bem cansativas e tediosas, e mais uma vez os pontos de viagem rápida amenizam a situação.
A cidade de Spino serve como base para o grupo, e testemunhar sua evolução da cidade ao longo do jogo é bem gratificante. Conforme mais pessoas são atraídas para a cidade, estabelecimentos surgem e o cenário se transforma gradualmente, adicionando profundidade à experiência do jogador, nada muito detalhado, mas aqui conseguimos ter uma impressão de evolução e de uma leve adminstração/customização.
No entanto chego ao ponto que realmente me frustrou em Sand Land, a ação. O elemento central de um RPG de ação, apresenta falhas significativas. Tanto nos combates corpo a corpo quanto nos confrontos veiculares, as lutas sofrem com a falta de variedade e dinamismo, o que prejudica muito a experiência. Os combates se tornam monótonos e repetitivos muito rápido, carecendo de combos e variações de ataques ou mecânicas que poderiam torná-los mais envolventes, a luta corpo a corpo sofre ainda mais que o combate veicular, uma vez que o personagem é lento e os ataques meio que limitam ainda mais sua velocidade, se estiver enfrentando mais de um inimigo, ao derrotar um inimigo e o outro estiver distante, o fato de andar até o próximo já quebra o ritmo do combate drasticamente.
O sistema dos veículos é muito bom, desde fabricar novos veículos, novas peças, trocar peças, cada uma com seus status específicos, nível de raridade de cada peça, e level das mesmas, trazendo para o game boas possibilidades de personalização, assim como pintura de várias partes em separado de cada veículo. Mesmo não sendo algo que eu pessoalmente goste de fazer, entendo que para alguns jogadores, poder dar aos veículos mais personalidade.
Em suma, Sand Land é uma escolha sólida para os fãs de RPG que apreciam uma narrativa envolvente e estão dispostos a percorrer cada canto do vasto deserto em busca de aventura. Apesar das falhas nos combates e nas sidequests genéricas, a experiência geral oferecida pelo jogo me rendeu boas horas de diversão. Para quem não tem paciência para explorar, aconselho aguardar uma promoção, mas não deixe de curtir a história.
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