Nos últimos anos, a indústria dos games tem surfado na onda dos remasters e remakes, trazendo de volta títulos clássicos com gráficos aprimorados, desempenho otimizado e, em alguns casos, até mesmo ajustes na jogabilidade. Porém, será que essa tendência faz sentido quando aplicada a jogos relativamente recentes e que já possuem uma apresentação visual impressionante? Esse é o caso de Days Gone, que teve sua versão remasterizada oficialmente confirmada.
Um Remaster Necessário?
Lançado em 2019 para PlayStation 4 e posteriormente atualizado para PlayStation 5 e PC, Days Gone já impressionava por seu vasto mundo aberto, efeitos climáticos dinâmicos e hordas massivas de zumbis em alta fidelidade gráfica. Com suporte para 60 FPS e resolução aprimorada no PS5, me pergunto: qual seria a real necessidade de um remaster?
A nova versão, chamada Days Gone Remastered, trará melhorias nos controles, ajustes refinados para otimizar a experiência no PlayStation 5 e um novo modo de jogo. Além disso, a Sony confirmou que aqueles que já possuem a versão original poderão fazer o upgrade para a versão remasterizada por US$ 10, um valor consideravelmente menor do que um relançamento completo pelo preço cheio.
A Estratégia por Trás dos Remasters
Nos últimos anos, temos visto diversas empresas relançarem jogos em versões “remasterizadas” que, na prática, oferecem mudanças mínimas em relação ao original. Além disso, muitas vezes o lançamento dessas novas versões resulta na remoção do jogo original das lojas digitais, fazendo com que a única opção disponível seja a versão remasterizada – geralmente com um preço significativamente mais alto.
Isso afeta diretamente o consumidor, reduzindo as oportunidades de adquirir a versão original com descontos mais generosos. No caso de Days Gone Remastered, o preço do upgrade reduz parte desse impacto, mas ainda assim levanta a questão de até que ponto essas práticas são realmente vantajosas para os jogadores.
Uma Tendência Preocupante?
A prática de relançar jogos “recentes” com poucas melhorias gráficas pode se tornar um problema caso se torne um padrão para grandes empresas. A prática pode ser utilizada apenas para atualizar os preços de jogos antigos, e pode impactar negativamente a forma como os jogadores percebem os investimentos das desenvolvedoras. Ao invés de focar em novas IPs ou sequências aguardadas, os estúdios acabam priorizando versões “melhoradas” de jogos que, muitas vezes, já eram visualmente impressionantes.
Conclusão: Remaster ou Nova Estratégia Comercial?
Com Days Gone Remastered, a Sony traz um pacote de melhorias por um preço acessível para quem já possui o jogo original. No entanto, a discussão sobre a real necessidade desses remasters continua. Até que ponto essas práticas beneficiam os consumidores? Será que estamos caminhando para um futuro onde os jogos antigos são constantemente reciclados para justificar preços mais altos?
