Ara: History Untold é um jogo de estratégia em turnos que se posiciona como uma forte adição ao gênero de simulação e construção de civilizações. Com uma premissa de explorar diferentes culturas e lideranças, o jogo traz algumas promessas interessantes, mas também apresenta falhas notáveis que podem impactar a experiência, principalmente para os jogadores mais exigentes.
Jogabilidade: Promessa de Variedade, Mas Falta de Profundidade
A premissa de Ara: History Untold é clara: permitir que o jogador construa uma civilização única baseada em culturas e líderes históricos. No entanto, na prática, essa promessa não é totalmente cumprida. Enquanto a ideia de ter líderes com habilidades passivas específicas é interessante, a execução peca por não oferecer a profundidade que se espera de um jogo de estratégia focado em personalização cultural.
Um exemplo claro disso é a sensação de desconexão entre o desenvolvimento da civilização e a escolha do líder. Começar o jogo com a revolucionária coreana Yu Gwan-sun e, logo depois, construir edifícios de estilo europeu, como padarias e vinícolas, quebra a imersão. O jogo também apresenta momentos estranhos, como ver obras de arte pré-históricas surgindo durante a era da internet, o que pode ser frustrante para quem busca uma experiência histórica mais coesa.
Simplicidade que Pode Agradar Iniciantes
Se por um lado a falta de profundidade pode afastar jogadores veteranos de jogos de simulação, por outro, essa simplicidade pode ser um atrativo para novatos no gênero. A jogabilidade é acessível, com uma curva de aprendizado suave que permite uma progressão tranquila, mesmo para aqueles que não são experientes em jogos de estratégia. No entanto, isso também significa que os desafios oferecidos são relativamente baixos.
Em um dos meus primeiros jogos, jogando na dificuldade normal, consegui vencer sem construir edifícios essenciais como os de “accomplishment” e ignorando partes do “tech tree” de recursos. A falta de penalidades severas nas guerras e as interações diplomáticas pouco desafiadoras (mesmo com outras nações rejeitando meus presentes e propostas comerciais, continuavam a sugerir alianças) contribuíram para uma experiência que, por vezes, pareceu superficial demais.
Problemas Técnicos: UI Confusa e Otimização Falha
Dois dos principais problemas de Ara: History Untold estão em sua interface de usuário (UI) e na otimização gráfica. A UI é desorganizada e pouco intuitiva, o que dificulta a navegação e gestão de recursos, especialmente para quem gosta de microgerenciar cada detalhe de sua civilização. A experiência de usuário (UX) carece de melhorias, tornando a jogabilidade menos fluida do que deveria ser em um título desse gênero.
Além disso, mesmo rodando o jogo em uma placa de vídeo da série 4000 em Full HD, encontrei problemas de desempenho significativos. Travamentos e quedas de frame rate foram comuns, especialmente no terceiro ato, o que compromete a experiência geral. Surpreendentemente, Ara: History Untold não suporta DLSS, uma tecnologia crucial para melhorar o desempenho em configurações mais elevadas. Isso pode ser um grande ponto negativo para jogadores que esperam uma experiência gráfica mais otimizada.
Comparações com Outros Títulos do Gênero
Para quem está acostumado com títulos como Civilization VI, Ara: History Untold pode parecer uma versão simplificada e menos envolvente. A construção de cidades, o gerenciamento de recursos e as decisões diplomáticas lembram bastante o clássico da Firaxis, mas sem a profundidade estratégica que fez Civilization se destacar no gênero.
Ainda assim, para quem busca uma experiência mais casual ou quem é fã de jogos de simulação histórica, o jogo pode oferecer uma diversão descomplicada. O fato de estar disponível no Game Pass desde o lançamento também aumenta sua acessibilidade, permitindo que muitos jogadores experimentem sem o compromisso de compra imediata.
Considerações Finais
Ara: History Untold é um jogo que tenta agradar tanto a novatos quanto a veteranos do gênero de estratégia, mas acaba não satisfazendo completamente nenhum dos dois públicos. Ele tem uma base sólida, com momentos divertidos e uma mecânica acessível, mas sofre com a falta de profundidade e problemas técnicos que prejudicam a experiência geral. Se você está em busca de uma alternativa mais simples a jogos como Civilization, vale a pena dar uma chance, especialmente se você já tem acesso ao Game Pass. Contudo, para aqueles que esperam uma experiência mais rica e complexa, o jogo pode não atender às expectativas.
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