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Análise / Review – La Pucelle: Ragnarok

Mais um título sendo trazido de volta a vida! Nessa enxurrada de ports, trazendo sucessos de outrora para as plataformas atuais. E nesse trabalho a NIS vem trazendo muitas pérolas que muitos não tiveram a oportunidade de jogar na época de seus lançamentos.

La Pucelle: Ragnarok é a versão para PSP de La Pucelle: Tactics, esse que por sua vez, nunca foi lançado fora do Japão. O mesmo recebeu um tratamento aprimorado em cima do título original de 2002, destacando a adição de um novo cenário, o elenco de personagens totalmente dublado, e a possibilidade de recrutar quatro personagens da série Disgaea.

Em La Pucelle: Ragnarok seguimos a história de Prier e seu irmãozinho Culotte, que são acolhidos pela Igreja da Santa Donzela após a morte de seus pais. Apesar de parecer uma igreja comum para os habitantes da cidade de Pot a Feu, na verdade, esconde uma organização de caçadores de demônios chamada ‘La Pucelle’, enquanto os irmãos trabalham como aprendizes sob os cuidados da instrutora Alouette.

Prier é nossa protagonista, uma jovem de temperamento forte e honesta, que carrega consigo uma força física sobre-humana. Apesar de segurar uma batuta para se defender, não é de se estranhar vê-la chutando bundas com suas notáveis pernas torneadas. Além disso, Prier está constantemente sendo repreendida por seus superiores devido a sua natureza moleca não condizer com os ensinamentos da igreja. Apesar desse seu jeito, é uma garota de bom coração. Já seu irmão mais novo, Culotte, age como um bom exemplo daquilo que falta em sua irmã mais velha. Logo, ele é relutante às travessuras de Prier, e na maior parte do tempo se mostra com mais maturidade.

Como é de praxe em jogos da Nippon Ichi Software, La Pucelle está recheado de humor pastelão, portanto, os amantes de Disgaea (ou de outras franquias da NIS que abusam desta característica) se sentirão em casa. Geralmente as ações de Prier impulsionam as piadas, mas o game não depende só dela para criar uma atmosfera humorística. No entanto, o DNA cômico da companhia de forma alguma abre precedentes para arruinar o desenvolvimento da história quando temas mais importantes são abordados em cada capítulo do jogo. E por falar em ‘capítulos’, La Pucelle usa uma curiosa abordagem em que as escolhas dos jogadores influenciam na resolução daquele capítulo em questão, podendo explorar de maneiras diferentes como as coisas irão terminar.

La Pucelle: Ragnarok nos oferece um enredo emocionante trazendo uma visão própria da batalha entre a luz e a escuridão, representada por meio dos conflitos entre a Igreja da Santa Donzela e a Igreja da Mãe Divina, a qual não apenas segue como a religião ortodoxa do reino de Paprica, como parece ser a raiz dos problemas que La Pucelle está tendo que lidar, já que a mesma parece estar envolvida com demônios.

O combate de La Pucelle nos mostra uma prévia do caminho em que Disgaea: Hour Of Darkness seguirá mais tarde. O jogo brinca do seu jeito em como um combate tático deveria ser. Você lembrará de clássicos como Fire Emblem e Tactics Ogre na forma em como as unidades são sobrepostas no tabuleiro e se movem pelos quadrantes para executar um ataque no inimigo. Mas é só adicionar a mecânica de Dark Portals na composição que as coisas mudam de figura de forma bem orgânica.

Os Dark Portals estarão sempre pelo cenário e invocam demônios de tempo em tempo. Eles são como os Geo Panels recorrentes em Disgaea, porém mais complicados de se aplicar. Os jogadores poderão manipular os fluxos de energia pelo cenário e, depois de ‘Purificar’ esses fluxos, causar dano extra nos inimigos. Você pode manusear esses portais estrategicamente criando um quadrado, e após Purificar, executar o que é chamado de “Miracle”, que causará um grande dano àqueles [inimigos] que estão no centro.

O ‘Purificar’ que mencionei, é outra mecânica que se destaca em La Pucelle: Ragnarok. Os caçadores de demônios na sua party possuem estas habilidades que podem ser usadas, em troca do movimento padrão, não apenas para purificar os Dark Portals no cenário, como também serve para que o jogador recrute demônios para lutar ao seu lado. Você pode Purificar diversas vezes o inimigo em tela até que ele atinja o status de estar convencido a se juntar a você após ser derrotado. Alguns são mais fáceis, enquanto outros precisarão de mais tempo até enfim ceder à vontade do jogador. No entanto, nem todos são recrutáveis.

Os demônios recrutados ficam na sua party permanentemente desde que estejam com a condição de felicidade alta e sempre em dia. Caso contrário, eles não hesitam em deixá-lo. Além disso, demônios que ficam pegando poeira no seu bestiário podem ser mandados de volta para o Dark World em troca de um item útil. Você também pode treinar os demônios para melhorar os seus potenciais de batalha. 

La Pucelle demonstra qualidade e competência, oferecendo uma gameplay sólida e complexa, tal como um enredo bem estruturado com um ótimo elenco de personagens com uma modesta economia de desenvolvimento.

No entanto, o jogo é lento e nem um pouco fácil, muito menos há uma opção de facilitar as coisas como um nivelador de dificuldade. Ele é um SRPG competente que fará você ser obrigado a jogá-lo cuidadosamente. Aqueles mais preocupados em progredir na narrativa, no entanto, serão obrigados a se adaptar à forma como La Pucelle quer que você o jogue. Mas, no final, a experiência como um todo é gratificante.

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Apaixonado por games desde sempre, tive o prazer de acompanhar grande parte da evolução e decadência do mundo dos games. RPG, Ação, Aventura, FPS, etc etc etc jogo quase tudo.

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